7 de fev. de 2010

Paul Gray: "Voltaremos a América do Sul depois da Europa"

O site PureGrainAudio realizou uma entrevista com o baixista do Slipknot Paul Gray, aonde ele fala sobre o futuro da banda, os planos para a turnê e muito mais:


Qual a maior banda de metal no mundo agora? Se você disse 'Metallica' é melhor voltar para os anos 80. Nos útlimos cinco anos, o Slipknot tornou-se uma das maiores e mais populares bandas de rock no mundo inteiro. Os rapazes chegaram a notoriedade internacional a partir do lançamento do álbum 'Vol.3 (The Subliminal Verses)', em 2004, e têm conseguido manter-se no topo com o seu quarto álbum de estúdio, 'All Hope Is Gone', lançado no verão passado. Atualmente, a banda está se preparando para alguns shows no Canadá antes de outras apresentações nos Estados Unidos para, então, rodar pela Europa. Recentemente nós tivemos a sorte de conversar com Paul Gray, baixista do Slipknot, também conhecido como #2, para falar sobre a banda e seu mais recente trabalho. Paul é, sem dúvidas, um dos mais legais e agradáveis músicos que eu já tive o prazer de entrevistar; aqui vai a entevista.

Quais são as suas conclusões sobre a extensa turnê do 'All Hope is Gone'?

Paul: Tem sido uma turnê realmente incrível, cara. Olhando pra trás é incrível pensar que fomos tão bem, digo, temos os melhores fãs no mundo. Do jeito que as coisas estão indo com a economia e tudo mais, sair e gastar dinheiro para ver uma banda é tipo que difícil, entende? Nós fomos bem recebidos em todos os lugares que tocamos, então é realmente incrível. Nós estamos tipo admirados, entende? Nós somos totalmente, qual a palavra que eu posso usar... agradecidos pelo fato de nossos fãs ficarem lá por nós. E, você sabe, só por estarem lá já somos agradecidos.

Qual a lembrança mais engraçada dessa turnê, no último ano? Alguma experiência se destaca?

Paul: (Risos) A lembrança mais engraçada da turnê? Hmm, vejamos... eu tenho várias lembranças estranhas dessa turnê, acho que algumas memórias bêbadas e outras coisas ridículas. A mais engraçada eu não sei. Nós levamos essa turnê bem a sério. Tivemos bons momentos, mas acho que algumas das festas alcoólicas após shows foram muito hilária. Pessoas cambaleando e desmaiando... Você sabe, se alguém desmaia, nós colocamos fogo (risos). Nós fazemos muita merda, cara, você não iria querer desmaiar. Se você está bebendo com a banda então é melhor ficar acordado!


Eu li que você queria fazer do 'All Hope is Gone' o álbum mais pesado do Slipknot. Você acha que conseguiu cumprir esse objetivo?

Paul: Eu realmente acho que é o nosso álbum mais pesado, definitivamente tem colhões. Não acho que nós tenhamos necessariamente decidido tentar fazê-lo o nosso álbum mais pesado ou qualquer coisa assim, digo, ele meio que saiu assim. No álbum anterior, 'The Subliminal Verses', nós estávamos experimentando muitas coisas. Nós também fizemos isso dessa vez. Fomos pra lá com um grupo de músicas em que já tínhamos trabalhado e usamos uns três estúdios diferentes. Tivemos o estúdio de gravação principal, mas usamos outros lugares, para o caso de alguém ter um riff de guitarra ou levadas na bateria e quisesse gravá-los, por exemplo. Acabamos com todo esse material, então tentamos pegar as melhores músicas que tínhamos feito. E ainda temos mais ou menos umas dez músicas boas que nem sequer tocamos e que ninguém ouviu. Definitivamente acho que é o nosso álbum mais pesado até agora. Acho que soa melhor do que todos os outros álbuns e foi muito divertido fazê-lo, cara. Sabe, é estranho também, mas alguns dos riffs são riffs muito, muito antigos. Coisas que nós fizemos há quinze anos atrás, que renovamos e que acabaram ficando pesadas. Definitivamente eu não penso que nós tenhamos tentando fazê-lo um disco pesado, mas ele acabou sendo pesado.


Após o imenso sucesso do 'Vol.3', vocês entraram em um grande hiato antes de começarem a fazer o 'All Hope is Gone'. O que você pessoalmente faz durante essas férias entre álbuns e turnês?

Paul: Eu fiz duas coisas: Saí em turnê com a banda de um amigo meu, 'Reggie and the Full Effects', que não tem nada a ver com o Slipknot. Eles lançaram um novo álbum, então perguntaram se eu tocaria baixo na turnê e foi muito legal, como uma turnê meio underground, algo que eu não fazia desde, sei lá, o começo do Slipknot. Foi bem incrível na verdade, me diverti muito, tocamos em lugares pequenos e tal... Também escrevi algumas coisas pra TV e para filmes com outras pessoas. Não faço idéia se elas um dia serão aproveitadas. Acho que você as faz e então senta e espera, torcendo para que alguma delas seja de fato lançada. E é isso, saí muito com a minha esposa, pois me casei recentemente, então passei muito tempo com ela. E descansei, cara. Me mantive ocupado em casa e escrevi algumas coisas, só isso.

Eu sempre fui curioso sobre os processos de composição e gravação com o Slipknot, já que são muitos membros na banda. Vocês escrevem individualmente ou se encontram e de alguma forma entrosam as idéias?

Paul: Um pouco dos dois, entende? Nos últimos álbuns eu e o Joey nos encontramos um pouco antes do resto e juntamos algumas idéias. No entanto nada é fixo, as pessoas trazem as idéias e nós meio que partimos daí. E também existem vezes em que simplesmente fazemos uma jam, até que alguém apareça com uma idéia e nós comecemos a trabalhar em cima dela. Não existe um jeito previamente pensado de fazer, é realmente um pouco de tudo, não temos um caminho estruturado para escrevermos. Mas nenhuma música está pronta até que todos concordem ou coloquem um pouco do que querem, mesmo que eles não estejam lá quando a música for escrita. Até que ela seja examinada por todos, não é uma música terminada. É mais ou menos isso, não existe um jeito fixo de compor.


Você tem uma música preferida no "All Hope is Gone"?

Paul: Na verdade eu tenho alguns que eu amo cara, amo a "All Hope is Gone", "Gematria" essas são as minhas preferidas. E "Snuff" também, que é a música mais melosa do CD, mas ela tem algo de diferente, não saiu como era de se esperar, então eu diria que essas são as favoritas, mas eu gosto de todas, acho que todas as músicas do CD são fortes, é estranho, porque normalmente quando estamos fazendo um CD, eu nunca escuto, mas esse eu deixei no meu carro pra ouvir com calma e fiquei surpreso. Então são as duas músicas que eu gosto mais, mas toda são boas.

Eu li algums comentários do James Root dizendo que ele estava um pouquinho decepcionado com a produção do All Hope is Gone e que o produtor Dave Fortman "não conseguiu colocar todo mundo no mesmo ritmo." Como você se sente sobre a produção desse álbum?

Paul: Sabe, o Jim... eu o conheço e sei como ele se sente, tiveram certas coisas no processo de gravação que ele não gostou. Algumas pessoas gostam do Dave Fortman e outras não. Eu pessoalmente achei que foi bom, nós já fazemos isso faz tempo e nem acho que precisamos de produtor mais, nós pré-produzimos nossas coisas antes então acho que por isso o Jim disse essas coisas. Estamos pagando todo esse dinheiro pra alguém quando nós mesmo podemos fazer essas coisas e ter o mesmo resultado sabe? Eu achei que o Dave foi bom, trabalhar com ele foi legal, ele teve umas idéias diferentes, mas acho que não acontecereia de novo (trabalhar com o Dave). Mas eu entendo bem o que o Jim estava falando porque a gente tinha um monte de músicas e acho que algumas dessas músicas que a gente trouxe pro álbum, umas demos, não tiveram muita atenção e acho que foi isso que o Jim quis dizer. Mas eu adoro o álbum e tenho certeza que o Jim também mas tiveram coisas que foram deixadas pra trás. Mas ainda temos material e podemos trabalhar nisso. Acho que a gente concorda que vamos olhar pra trás um pouco nas coisas que ficaram pra trás e ver como elas vão funcionar da próxima vez.

Com quatro álbuns de estúdio e quase 10 anos de banda vocês tem muita coisa pra escolher o que entra nas turnês. Vocês se focam mais nos dois últimos álbuns ou tem uma mistura entre o velho e o novo Slipknot?

Paul: Com certeza tem uma mistura entre o velho e o novo, sabe? A gente toca músicas de todos os álbuns. Tem bastante coisa pra escolher, no começo da turnê, a genet só tocava uma música desse cd novo e o resto eram músicas dos outros três cd's, mas quando o cd saiu, nós ficamos mais entusiasmados e começamos a tocar mais músicas do All Hope is Gone. Nós escolhemos aquela quantidade de músicas em cada álbum. Mas está ficando mais e mais difícil fazer um set list quando se tem tantas músicas e pouco tempo para toca-las. Então a gente tenta adivinhar as músicas que as pessoas querem ouvir mais e as músicas que queremos tocar, as que são divertidas pra gente. Tem umas músicas que os fãs podem não ligar muito de ouvir no show, mas a gente ama tocar então nós tocamos. Nós fazemos uma votação ou coisa do tipo e todo mundo fica satisfeito, então nós tentamos fazer um pouco de tudo.

Você obviamente é um dos membros fundadores do Slipknot lá do meio dos anos 90. Como você se sente ainda estando com a banda por quase quinze anos? Você vê isso continuando por mais anos ainda?

Paul: Sabe de uma coisa; eu sei que isso vai continuar por um bom tempo. Eu não nos vejo sendo uns Rolling Stones da vida ou alguma merda assim [risos], mas eu definitivamente nos vejo tocando por um
bom tempo ainda. Enquanto estivermos nos divertindo... e a coisa disso tudo é que, nós amadurecemos como uma banda, e aprendemos como dar a cada um de nós seu devido espaço e tempo. Nós daremos um tempo agora entre os álbuns, por que nos dois primeiros que gravamos, entramos em turnê, e já fomos gravar de novo; isso nos pressionou muito, nos deixou quase que de saco cheio uns dos outros, e foi daí que veio a pausa antes do Subliminal. E aí, depois do Subliminal fizemos outra pausa e provavelmente também faremos uma depois desse, deixar cada um com seus negócios e tornar a próxima volta mais divertida.

É, isso definitivamente deixa a banda renovada.

Paul: Deixa mesmo. E todos voltam cheios de novas idéias. Enquanto estivermos sempre abertos uns com os outros sobre nossos sentimentos, sobre como as coisas vão indo e todos dando a cada um seus devidos espaços, sim, nós continuaremos com isso.

Vocês têm uma grande turnê planejada para este verão. Você poderia nos dar uma prévia dos planos da banda pelo resto de 2009 e 2010?

Paul: Claro, vamos ver; nós vamos logo fazer uns shows no Canadá, voltaremos um pouco para os EUA. Depois iremos à outra turnê pela Europa – lá faremos alguns festivais e shows individuais. Também estamos tentando agendar alguns shows em lugares onde não tocamos há um tempo; voltaremos a América do Sul depois da Europa, e nós conversamos sobre a África do Sul, também estamos tentando ir até a China, e é meio difícil fazer shows por lá. Eles não deixam muitas bandas tocarem lá, mas eu acho que a Bjork ou sei lá quem insultou alguém e agora estão barrando muitas bandas de rock por lá. Mas ainda estamos tentando cara, eu sei que estamos lutando muito para fazer shows lá. E depois voltaremos para o Canadá, uma corrida pelos EUA e provavelmente para por aí. Acho que estaremos em turnê até 2010, e aí encerraremos. Não nos vejo indo além de 2010, mas não posso lhe dizer se ainda faremos mais turnês ou algo assim. Não sei o que nos resta para fazer nesse ponto, provavelmente será aí que daremos uma pausa, faremos outras coisas. Aí talvez no final de 2011 voltaremos. Não posso dizer com tanta certeza, não é nada concreto. Eu sei que faremos, como eu disse, a turnê do Canadá, EUA, Europa, partes da Ásia e depois obviamente a América do Sul. Então vai ser divertido cara, nós recebemos e-mails de fãs de todas as partes do mundo. E alguns lugares são bem difíceis de se conseguir tocar, tem muita política envolvida. Alguns dos fãs podem não entender, estão sempre tipo “nós queremos que vocês toquem no nosso país”, mas alguns países não nos querem lá, entende? Nós realmente estamos tentando ir a todos os lugares possíveis, desde o meio do leste até... acredite se quiser, temos muitos fãs no meio do leste, mas tem uns lugares que não tem como ir, você sabe, coisas políticas. Nós só estamos tentando chegar a todos os lugares e tocar para o máximo de pessoas possível; eu acho que esse é o plano até o ciclo terminar.

Nenhum comentário: