7 de fev. de 2010

O Slipknot mantém sua esperança viva

Em entrevista para o site Toronto Sun, o vocalista do Slipknot Corey Taylor conta sobre o futuro da banda, fala sobre o disco novo e muito mais.



O grande sucesso da banda de metaleiros mascarados em 2008 com o álbum All Hope Is Gone – que ficou em primeiro lugar na lista da Billboard, e traz a banda ao Ricoh Coliseum hoje à noite – é uma ispiração para as bandas de metal em todos os lugares, diz o vocalista Corey Taylor.

“Ironicamente, toda esperança não está perdida,” ri Taylor – ou número 8 – de sua casa em Des Moines, Iowa. “Eu acho que atingindo o primeiro lugar na Billboard meio que dá esperança para muitas bandas do mesmo gênero. Isso prova que o topo nunca fica somente com artistas pop, hip hop ou country. Se você trabalhar e construir isso, você também pode conseguir.”

Taylor fala por sua experiência. Armado com um trabalho do meio oeste carregado de raiva e frustrações da vida em uma cidade pequena dos EUA, ele e o resto do Slipknot têm passado uma década atormentando e golpeando tudo no mundo underground do metal. E pelo caminho, eles ganharam fãs – que se chamam de Maggots – com sua música, seus álbuns e seu Techno-metal obscuro em suas performances maníacas. Taylor diz que já sabia que era a sua hora enquanto gravavam AHIG, seu quarto álbum de estúdio.

“No estúdio, eu meio que senti isso,” ele diz. “Eu vi como as músicas estavam saindo, e eu disse que alcançaríamos o primeiro lugar. Eu só pensei que fosse a nossa hora.”

Nós conversamos por telefone com Corey depois de seu trabalho pré-turnê. Aqui está um pouco do que ele tinha para nos dizer:

Por que você ainda vive em Des Moines? Você não deveria morar mais perto de onde fica todo o trabalho com a música?

Corey: Esse tem sido o meu lar por tanto tempo. Minha família vive aqui, meus amigos vivem aqui, meus filhos nasceram aqui. Eu tenho uma casa em Los Angeles, mas aqui é o meu lugar. Esse é o lugar onde eu me sinto em casa. Eu posso voltar e ser apenas eu mesmo, me lembrar do porque eu faço tudo isso e sentir toda aquela vontade de novo, basicamente. Um monte de gente sai do lugar que os inspiraram no começo de tudo. Isso tira toda mágica da música deles, tira toda a atitude daquilo. Eu quero ficar onde eu tenho inspiração a minha volta o tempo inteiro.

As frustrações e limitações da vida numa cidade do meio dos EUA estão sempre dentro da música de vocês. Essa banda poderia ter saído de uma cidade maior?

Corey: Eu realmente não acho que essa banda poderia ter saído de Los Angeles ou Nova York. O que nós dizemos não poderia sair de uma cidade grande. Essa banda é quase uma junção perfeita. Você tem nove caras idiotas que só sentiam que precisavam se juntar e não só fazer música, mas também tocar o puteiro, basicamente. Se você vem de Los Angeles ou Nova York, aí já se tem todo um conjunto diferente de vontades e necessidades. Eu acho que essa banda tinha que sair do meio do oeste, tinha que sair de Des Moines.

Entre o seu álbum e os novos CDs do Metallica e do AC/DC, teve um grande renascimento do metal nesse ano. Por que você acha que isso aconteceu?

Corey: Eu acho que as pessoas estão cansadas de músicas falsas, cara. E tem muito disso por aí. A tecnologia chegou num ponto onde qualquer babaca pode entrar num estúdio, e com um sintonizador automático fazer uma música. Eu acho isso patético. As pessoas erradas ganham muito crédito por nada. Mas o metal ainda é um dos gêneros que existem que tem que ser muito talentoso pra fazer música e ser popular. Você é julgado pelo nível de performances e letras de músicas. E nós sempre fomos meio que vítimas. Então, para mim, é só a sobremesa basicamente. Nós finalmente estamos ganhando o respeito que nós já merecíamos por um bom tempo. Não no sentido de que nós estamos arrancando a Britney Spears do topo ou coisa assim. Mas é definitivamente melhor agora do que antes.

Seus shows ao vivo são muito intensos. Como você aguenta isso?

Corey: É como estar na guerra civil todas as noites. E eu quero dizer quatro anos de guerra civil. É brutal. Eu tenho 35 anos, mas eu sinto que tenho 50. É por isso que eu ando malhando. Eu tenho que ficar em forma pra fazer tudo isso agora, cara. Antes eu só engolia uma garrafa de Jack Daniels e entrava no palco. Agora eu tenho que prestar atenção no que eu como. Mas é por isso que isso significa muito pra mim. Não seria certo subir no palco e só se deixar levar. É assim que bandas acabam. Eu tenho respeito o suficiente para trabalhar com isso. E se no final do dia eu não sinto nada, eu tenho respeito o suficiente pra sair andando. Ainda mais que, eu não conseguiria fazer os nossos fãs de trouxa. Nossos fãs sentem o cheiro de mentira como sentem o de um peido dentro de um carro.

Última pergunta: Qual é o CD mais estranho que você tem?
Corey: Oh, Deus, eu tenho vários. Eu não sei – Os Maiores Sucessos do Abba.

Nenhum comentário: