15 de jan. de 2009



Entrevista de Paul Gray na Pickup Magazine Na última edição da revista Pickup Magazine, Paul Gray cedeu uma entrevista onde falou detalhes sobre como se sente e comentou sobre os últimos anos do Slipknot. A tradução da matéria completa você lê abaixo: Scan 1 Scan 2 Scan 3 Família de homens, respeito pelo outro, anti-imagem, humildade; O Slipknot nunca te mostrou o que você espera de uma banda sangrenta de heavy metal. Nós conversamos com o membro fundador Paul Gray. O último lugar que você espera estar ao conhecer um membro da máquina de ódio chamada Slipknot, é num modesto quarto do hotel Knightsbridge. Quando confrontado por um homem vestindo uma bermuda em pleno inverno e esfregando os olhos depois de uma recente soneca, você começa a imaginar se isso será uma confusão. Claro que não. Paul Gray é um rapaz tranquilo, oferecendo suco de morango roubado do frigobar do quarto, considerando que estamos tomando uma hora e meia do seu precioso tempo sem sua esposa. A banda está a cinco horas de embarcar para três noites consecutivas de shows lotados no Hammersmith Apollo em Londres, Inglaterra. O Slipknot inaugurou suas horríveis máscaras ao público geral por volta de 1999 com o lançamento do primeiro álbum. Foram quatro anos, várias mudanças na formação da banda e uma dose generosa de determinação pra chegar onde eles estão agora. A imagem assustadora e as letras brutais garantiam provocar as pessoas, e os fãs acolheram isso, colocando o Slipknot entre um dos principais deuses do metal do novo milênio.





A intensidade do Slipknot continua embrulhando seus estômagos como uma sopa de pimenta mal digerida. Seus fãs leais estão firmes, recebendo a banda de volta após quatro anos - enquanto os integrantes desenvolviam projetos extracurriculares. Mas agora o Slipknot está de volta com um novo álbum, All Hope Is Gone, e Paul Gray, baixista e um dos principais compositores da banda, está muito empolgado com isso tudo. "Eu me sinto ótimo, cara! O sucesso que estamos tendo têm sido maravilhoso, é delirante. Você sempre tem essas esperanças e sonhos, mas você não coloca isso como objetivo. Nosso objetivo era simplesmente chegar até o próximo show, escrever novas músicas. Fizemos isso aos poucos e a coisa virou uma bola de neve." Genuíno e aberto, Paul parece simpático, claramente mais vulnerável do que alguém que certa vez escreveu uma música chamada 'People = Shit'. Sua empatia com os fãs é comparada a suas próprias paixões por bandas de metal que ele amou quando mais jovem, afirmando que o New-metal era uma base para os iniciantes serem introduzidos à música pesada. "É uma coisa muito legal, porque os fãs que estiveram conosco desde o começo, e continuam conosco, isso é dedicação. Eu posso dizer que fiz a mesma coisa: Cresci com o Metallica. Parei de acompanhá-los por alguns álbuns também." A controvérsia no Slipknot não foi sempre gerada por pura diversão. Você consegue notar que algumas coisas do passado da banda ainda o afetam profundamente hoje. Questionado sobre se ele está alerta a como ele influenciou uma geração de fãs, ele responde com inesperada sinceridade. "Eu não quero influenciar ninguém." "Eu não sei sobre uma geração inteira... pra influenciar alguém... é um assunto estranho. Em vez de dizer influência, eu prefiro dizer que nós inspiramos pessoas a tocar música ou a começar uma banda e a fazer seu próprio som. Assim como qualquer outra banda antes de se tornar grande, nós estávamos fazendo coisas normais como qualquer outra pessoa. Eu trabalhei em obras e fui garçom." ele revela.





















"Se nossa música inspira pessoas a levantarem todos os dias e irem fazer seus trabalhos, então isso é muito bom. Influência é uma coisa diferente. Houveram coisas ruins que aconteceram por causa da banda também. Espero que o Slipknot inspire as pessoas, eu não quero influenciar ninguém. Influência é como um culto ou algo assim. Aconteceram algumas coisas realmente terríveis, supostamente em nome da banda, influenciado por letras e tal, e eu gostaria que aquelas coisas jamais tivessem acontecido. Espero que se nós de alguma forma influenciamos, seja de um modo positivo." No final das contas, os membros do Slipknot são apenas humanos. Para aqueles que continuam nos tablóides da mídia, o Slipknot é apenas composto por nove caras fazendo música que eles gostam de tocar. Só isso. "Estou tão orgulhoso de onde nós estamos, e isso significa muito trabalho e sacrifício também. Eu perdi várias coisas diferentes que aconteceram com minha família e meus amigos, coisas que eu sei que eles se importam. Eu não pude ir a um velório quando estava em Portugal por um dia, me desculpem, eu não pude. Eu queria. O outro lado é que nós estamos muito bem como banda. Se algum de nós precisa de algo desse tipo, nós vamos nos esforçar e deixá-lo ir fazer o que quiser. Acho que foi isso que manteve essa banda por tanto tempo, a longevidade é a compreensão. Nove homens diferentes; é um relacionamento bem complexo, então você tem que conhecer seu limite e ter respeito pelo outro. E ainda saber quando as pessoas precisam de seu espaço ou de seu tempo. Continuamos juntos, então acho que nós descobrimos isso muito bem." Quanto mais você percebe que o Slipknot são apenas pessoas comuns, mais você se foca no que eles alcançaram, o quanto eles conseguiram e como eles são tão mais elaborados do que as outras bandas de rock. As músicas do Slipknot podem certamente ser um processo que dá às pessoas uma oportunidade de esvair a preocupação e a negatividade, assim como o acúmulo de muita energia física e mental, deixando o resto de suas vidas mais 'normais'. Imagino que você não pode dizer o mesmo do Kings of Leon. "Minha mente está sempre no Slipknot. Até nos períodos de descanso eu continuo tendo que trabalhar. Tenho que fazer coisas aqui e ali, mas quando eu estou em casa eu consigo me desligar e balancear minha vida. Shawn [Crahan, percussionista] se desliga completamente. Você não pode nem telefonar pro cara! Ele tem quatro filhos, ele é ocupado!" Se tudo isso parece singelo demais, você quer um pouco mais de atitude que se encaixaria com qualquer banda de rock? Paul se exalta quando a Playmusic Pickup toca no assunto 'compromisso'.













"Escrevemos música pra nós mesmos, e esperamos que os fãs gostem. Se eles não gostarem... que pena!"



"Compromissado a ter algum foco? Não, nós nunca nos comprometemos. As pessoas às vezes falarão 'isso é se vender' ou qualquer coisa, mas nós não escrevemos música para que outras pessoas julguem. Escrevemos pra nós mesmos, e esperamos que os fãs gostem. Se eles não gostarem... que pena! Não nos conformamos com nada. Nós fazemos isso até que esteja certo pra nós." All Hope Is Gone tem uma das mais pesadas e melódicas músicas deles. 'Snuff' traz guitarras acústicas para uma canção de amor. "Eu amo o All Hope Is Gone. Musicalmente é o meu álbum favorito dentre os que fizemos. Definitivamente tem uma grande faixa de variação e é tudo Slipknot. Parece que no Iowa, estávamos nos limitando numa categoria de 'é isso que a banda será'. E uma vez que você fez isso, você tenta fazer algo diferente depois e alguém fica nervoso, e se você der ouvidos, você se preocupa. Mas nós não damos ouvidos à isso. Com o Vol.3 nós experimentamos um pouco mais, e foi isso que fizemos dessa vez também. Foi muito legal e nós ainda temos mais dois álbuns de materiais que não foram liberados, e é tudo diferente. Existem músicas que você nunca, nunca, nunca, nunca na sua vida pensaria que é do Slipknot." "São nove pessoas diferentes e todos nós tempos idéias diferentes e gostos musicais diferentes. Bem interessante e divertido, não é? Esperamos que aquelas músicas saiam, mas algumas delas não são músicas que você pode pular e dançar... e outras são. Criar música não deveria ter nenhuma regra ou limite. Todos na banda sabem teorias sobre música, mas eu joguei essa merda pela janela, porque uma vez que você faz isso, é tipo 'bem, você não pode usar essa nota aí porque você está seguindo este ritmo'. E eu digo, 'Foda-se isso, na boa.'"
"Nós ainda temos mais dois álbuns de materiais que não foram liberados." Além dos nove membros, outro aspecto marcante do Slipknot é sua imagem. O fato de que milhões de fãs acessaram o site oficial antes do lançamento do All Hope Is Gone apenas pra ver as novas máscaras, mostra o efeito que esse elemento tem nos fãs da banda. "É tão estranho ter chegado nesse nível. Quando nós começamos isso era uma anti-imagem. Não era sobre o que todos estão vestindo. Alguns dos shows que fizemos antes, fizemos coisas bizarras. Tocamos vestidos tipo camponesas fazendo show. Mick [Thomson, guitarrista], de 2m de altura, usando um chapéu de dona de casa (bonnet), a equipe e uma boneca inflável surrando sua bunda. Agora é definitivamente o tipo de coisa essencial. Todos têm suas idéias e nós tentamos o máximo possível fazer isso parecer uma equipe."Então recapitulando; as máscaras, os trajes e os códigos de barras eram uma forma de desviar a atenção das pessoas para a música... e isso deu errado, da melhor forma possível. As pessoas continuam ouvindo as músicas da mesma forma e curtindo a 'mitologia' da banda.

Nenhum comentário: