13 de dez. de 2008

Corey anuncia álbum solo em 2009 em entrevista para a Rock Radio




96.3: Rock Radio no SECC, e eu estou aqui com Corey Taylor. Como têm sido fazer a turnê com o Machine Head?

Corey: Têm sido ótimo, cara. Já fizemos turnê com eles antes, são grandes amigos nossos. Quando estávamos planejando essa turnê, o nome do Machine Head estava em primeiro lugar, dizíamos "Essa banda é a primeira." E quando o Children Of Bodom ficou disponível, pensamos "Ah, quer saber? Vamos chamar esses caras." - Mas com o Machine Head nem pensamos duas vezes, apenas dizemos "Eles vão com a gente. Levaremos eles por 10 semanas, ponto final."

96.3: São caras bacanas também?

Corey: São grandes homens. Eles foram a primeira banda que realmente conhecemos, eles estavam terminando de fazer o "The Burning Red" no estúdio que entraríamos depois pra fazer o primeiro álbum do Slipknot. Então os conhecemos já há mais de 10 anos.

96.3: Nossa, então tem muita história com o Machine Head. Você também fez parte do show da Roadrunner United. E uma das perguntas que surgiram de um de seus fãs foi: Robb Flynn cantou uma de suas músicas, a 'Surfacing'. Pra você, como foi assistir Robb, um grande amigo seu, cantar uma de suas músicas?

"Se alguém fosse cantar aquilo, Robb era o cara que realmente tinha pego o espírito da música."
Corey: Foi estranho, cara. Mas também foi muito legal, sabe? Se alguém fosse cantar aquilo, Robb era o cara que realmente tinha pego o espírito da música. Foi estranho, mas foi fantástico, foi legal demais.

96.3: Nessa turnê, uma das perguntas que muitos de seus fãs têm perguntado: As máscaras. Os novos estilos. Você pode nos contar um pouco?

Corey: É evolução. Uma coisa que os nossos fãs de verdade entendem nessa banda é que nós evoluímos de acordo com a música. Alguns de nós mudaram sutilmente, alguns de nós mudaram radicalmente, como eu. Eu tinha uma perfeita visão de como eu queria que minha máscara fosse. Muitas pessoas criticam, mas sinceramente eu não estou nem aí, eu amo o sentimento que ela traz; eu amo o formato dela.

Uma máscara não traz nenhuma personalidade quando você simplesmente olha ela em cima da mesa, mas quando eu a coloco, ela se torna o que é. E é a isso que as pessoas estão começando a reagir. Quando eu subo lá no palco eles pensam "Ah, agora eu entendi. Minha nossa!" Não é alguma coisa que você simplesmente olha e diz "Isso é assustador", se você simplesmente olhar, ou ver uma foto, é sem graça; Mas quando se vê a emoção, ela adquire aquela beleza que se movimenta. Então pra mim já era hora, era hora de levá-la para o próximo nível.

96.3: E as máscaras dos outros caras?

"Quando Clown veste a máscara eu nem chego perto. Esse cara é muito esperto."
Corey: Ah, os outros caras... como eu disse, alguns mudaram só um pouquinho e outros mudaram totalmente, tipo a do Clown, quando ele veste a máscara eu nem chego perto. Esse cara é muito esperto. Quando eu penso que a minha máscara abalou, ele detona comigo. (Risos) É sempre assim, cara, juro por Deus. Quando eu vi a nova máscara do Clown pela primeira vez, eu fiquei tipo "Cacete, você continua melhorando, que droga!" (Risos) Eu fiquei tão puto! Pensei que tinha feito a melhor e é como se ele dissesse "Não. Você não me vence!" Então foi muito bacana.

96.3: Legal. Musicalmente, você falou sobre a evolução, e isso me lembra de outra pergunta comum: Disseram que o novo álbum está mais brutal, vocês voltaram um pouco com o som trash, vocês recomeçaram o ciclo?

Corey: Boa pergunta. Sinceramente, acho que isso apenas acontece. Não foi considerado diferente, a música veio do jeito que veio, acredite, as músicas no começo tinham 8 ou 9 minutos de duração, haviam muitas idéias. O lado bom disso é que elas eram tão longas que eu podia ouví-las e dizer "Ok, isso aqui vai funcionar", eu fiz muitos arranjos nelas. Parece que havia uma energia lá que eu não sentia na nossa música faz tempo. Mas também tem aquela pegada antiga, que eu adoro. Riffs precisos, ótima melodia... se você não está um passo a frente, então você está ficando pra trás no jogo. Então acho que nós atingimos um novo nível.

Acho que aconteceu inconscientemente, sabe? Nunca foi intencional, mas nós sempre quebramos barreiras em todos os álbuns. Nós sempre encontramos um ponto que as pessoas não conseguem descobrir o que nós vamos fazer. Se você está fazendo algo que é muito previsível, então você não está mais fazendo música, você está fazendo comerciais.



96.3: Nós estamos falando sobre o último álbum e sobre o estúdio... qual foi a música mais difícil de gravar?

Corey: Elas todas surgiram juntas. Eu posso dizer a que eu estava mais nervoso pra gravar, que foi 'Snuff'. Foi uma música que eu fiz inteira, e eu nunca havia feito uma música completa no Slipknot. Eu sempre escrevo músicas e jogo um riff em tal parte, mas eu nunca tinha mostrado nessa banda uma música completa minha. E eu escrevi 'Snuff' especificamente para o Slipknot. Quando fui gravar eu tremia, era somente eu e o guitarra acústica, mas tinha aquela melancolia que eu coloco em muitas das coisas do Slipknot. Então eu gravei a demo com a guitarra, e deixei os caras tocarem nela, bateria, baixo e tudo mais.

"Nunca estive tão orgulhoso de estar numa banda que é tão expressiva."
E então eu saí do estúdio por uma semana e disse "Não me ligue até que esteja tudo gravado." - Quando eu voltei, eles tocaram e eu desabei, cara. Foi pesado, foi muito forte pra mim. Não acho que estive tão orgulhoso de estar numa banda que é tão expressiva, sabe? Foi um momento maravilhoso pra mim, de verdade. Os caras colocaram tanto amor nela. Porque você pode seguir qualquer caminho numa música como aquela, e eles colocaram a dose certa de intensidade nela, eu não consigo descrever, fiquei sem palavras. Então essa foi provavelmente a música que eu fiquei mais nervoso, mas quando eu a ouvi, foi como um presente pra mim, sabe?

96.3: É uma das suas favoritas de tocar ao vivo?

Corey: Nós ainda não a tocamos ao vivo, ela é lenta. Mas definitivamente acho que é algo que podemos fazer. Eu amaria se chegássemos ao ponto de tocar essa música, se fizermos isso vai espantar muita gente. Porque é uma faixa muito controversa, tem muita gente que acha que eu deveria ter guardado ela pro Stone Sour, e eu vou lá e digo "Você não me diga o que eu tenho que fazer, essa música é minha. Eu faço ela onde eu quiser", sabe?

Se eu escrevi pro Slipknot, eu escrevi pro Slipknot e não quero que ninguém condene isso. Eu acho que ela fica na altura de algumas músicas do Vol.3, então como as músicas do Vol.3 podem ser "estilo Slipknot" e 'Snuff' ser "estilo Stone Sour"? Só porque eu escrevi, sabe? Isso não faz nenhum sentido pra mim.

"Estou começando a juntar algumas coisas e pensando em fazer um álbum solo."
96.3: Temos uma pergunta sobre o Stone Sour, porque você também conseguiu um grande número de fãs para essa banda, vocês tocaram em 2007 aqui. Seja com o Slipknot, Stone Sour, ou alguma outra banda, você está planejando alguma gravação em 2009?

Corey: Estou começando a juntar algumas coisas e pensando em fazer um álbum solo. Estou pensando em gravá-lo no final de 2009. Minha prioridade agora é o Slipknot, então estou totalmente focado nisso, estamos em turnê, divulgando e tudo mais. Mas devagarzinho eu estou começando a montar algumas coisas, porque eu escrevi 50 músicas nos últimos 2 anos.

Eu escrevi muita música, e elas são músicas que fiz pra mim, não são músicas que eu escrevi para as pessoas. Então estou começando a pensar em montar uma banda pra gravar e tudo mais. Eu posso muito bem ir lá e gravar tudo sozinho, eu toco um pouco de todos os instrumentos. Quero ser meu próprio produtor, quero poder fazer uma banda e dizer "É isso que eu quero ouvir, é isso que eu quero que vocês tentem fazer", sabe? Eu imagino isso nas músicas que eu escrevi. Isso provavelmente acontecerá por volta de Novembro ou Dezembro de 2009, e possivelmente sair em turnê depois. O tempo dirá, mas é isso que tenho em mente no momento.

96.3: Isso é brilhante, os fãs ficarão muito satisfeitos de ouvir.

Corey: Estou recebendo cada vez mais perguntas sobre isso, talvez seja melhor eu calar a boca.



96.3: Em 2008, nesse ano, eu viajei para Leeds, vocês eram uma das atrações principais, mas infelizmente Joey quebrou o tornozelo. Como foi isso pra você?

Corey: Foi uma merda! Foi um choque na hora. Foram os festivais 'Leeds' e 'Reading', e eu estava muito ansioso por estes shows, são dois dos meus festivais favoritos, e já se foram 6 anos desde a última vez, então eu estava louco pra fazer. Mas foi a coisa certa a se fazer, foi melhor terminar a turnê Mayhem e ficar um tempo parado. Porque o tornozelo dele era a prioridade ali. Tinha uma parte de mim que desejava que isso nunca tivesse acontecido e que pudéssemos tocar, mas, você tem que fazer o que precisa ser feito.

Se tivéssemos forçado e ido se apresentar nesses festivais do mesmo jeito, talvez não estivéssemos aqui hoje. Poderia ter ficado pior. Então tivemos que cancelar toda a turnê européia. Dê um passo pra trás, e então você poderá dar um enorme passo pra frente depois. Eu fiquei desapontado por uns 5 minutos, mas depois pensei melhor, e isso acontece, é assim que é.

96.3: Ele está bem agora?

Corey: Ele está bem. Ele ainda está com algumas dores, mas isso é a recuperação. Mesmo com o ferimento ele ainda trabalhou muito, sabe? Então obviamente causaria um estrago, mas ele faz seus exercícios, coloca um gelo ali se começar a doer um pouco, mas ele está indo bem.

96.3: Uma das faixas mais pedidas é 'Dead Memories', vocês vão tocá-las ao vivo hoje?

Corey: Shhhh (Risos)

96.3: Ok, eu vou deixar o silêncio no ar. Falando sobre o SECC (ginásio em que o Slipknot se apresentou em Glasgow), quando você olha pro público e vê tantos adolescentes, eles são a futura geração do rock, você acha que está os inspirando?

Corey: Pergunta interessante. Acho que sim, cara. No final das contas, o que nós fazemos é tentar compartilhar nosso gosto musical, sabe? Nós criamos música. Nossa mensagem sempre foi... mostrar o ordinário e envolver o extraordinário. Muitas bandas parecem ter o mesmo som, muitas bandas não te oferecem nada, exceto "Aqui está o álbum, aqui está o seu show. Boa noite." E isso é uma merda! Pra mim, as bandas que eu amei foram as bandas que se dedicaram a cada segundo. As bandas que surpreendiam a todo momento.

"Não aceite o banal, não aceite o que é normal, porque este não é um trabalho normal."
E estamos transmitindo essa tradição. Estamos mostrando para o mundo que isso ainda é possível. Mesmo com toda a tecnologia e a banalidade da televisão. Ainda existem pessoas no mundo que ainda só querem um pouco de realidade. E se nós conseguimos fazer isso, estamos fazendo nosso trabalho. Então com certeza estou transmitindo isso para a próxima geração. Não aceite o banal, não aceite o que é normal, porque este não é um trabalho normal. Se você está interpretando como normal, a coisa só vai piorar.

96.3: Excelente resposta. Só pra dizer, vocês estão sendo nomeados novamente em 2008. Qual foi a premiação mais memorável que vocês ganharam ou pelo menos participaram?

Corey: Nós ganhamos um Grammy em 2005 para o clipe de 'Before I Forget', e isso foi bem legal... ah, foi em 2006, sei lá, não me lembro. Pra mim, os quadros que ganhamos das vendas de álbums são as que eu mais valorizo. Porque elas são o reflexo do número de pessoas que estão apreciando sua música. Não há muito tempo atrás, descobrimos que o primeiro álbum atingiu Álbum de Platina no Reino Unido, e isso são 300.000 cópias... durante 10 anos (Risos), mas ei, continua vendendo e isso que é o curioso. E o novo álbum já adquiriu Álbum de Ouro, e pegamos os dois quadros em uma só noite.

Então aqui sempre será como um segundo lar para nós, e sempre foi. Sempre nos sentimos compreendidos aqui, foi um dos primeiros lugares a entender o Slipknot. E nunca esqueceremos isso, o Reino Unido sempre teve um lugar muito especial em nossos corações. Então pra mim, não só conseguindo Disco de Ouro ou Platina, mas só de estar aqui significa muito, mesmo depois de 10 anos e isso foi um grande feito. Porque existem bandas que lançam dois álbuns e racham fora, sabe? Eles estouram e depois caem mortos, e nós continuamos crescendo - e pra mim isso faz uma banda ser lendária, e nós agradecemos aos fãs.

96.3: Ou seja, você vai manter essas premiações de álbuns e vender as outras, né? (Risos)

Corey: Exato. Eu deixo meu Grammy no banheiro, mas mantenho todos quadros de premiações de álbuns pendurados pelas paredes da casa.

96.3: Legal. Só uma última pergunta. Você não é de Glasgow, eu não sou de Glasgow, mas vamos ser sinceros, nós dois sabemos que o pessoal de Glasgow é muito louco, você tem alguma lembrança de Glasgow por este motivo?

Corey: Sim (Risos), uma história engraçada, é meu aniversário hoje.

96.3: Nossa! Feliz aniversário.

Corey: Já é a segunda vez que passo meu aniversário em Glasgow. Digamos que eu não estou contando com o dia 9 de Dezembro, porque provavelmente eu estarei com uma pequena ressaca. Está rolando alguns planos, algumas brincadeiras aí e eu sei o que está acontecendo, então eu só espero sair com vida porque esse lugar é um completo caos. Eu amo isso.

96.3: Muito obrigado Corey Taylor por vir na Rock Radio.

Corey: É isso aí, cara.

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