26 de out. de 2008

Entrevista de Corey Taylor na Triple-J







Corey Taylor foi entrevistado recentemente por Andrew Haug da Triple J's "Full Metal Racket". Corey fala sobre o processo de composição do All Hope Is Gone e também informações sobre o envolvimento com o Stone Sour e Anthrax, além da turnê do final deste ano. O áudio da entrevista, com 22 minutos de duração (incluindo duas músicas que foram tocadas) você pode ouvir no seguinte link http://www.zshare.net/audio/50365085bc8b8124/
Trouxemos pra vocês a tradução completa da entrevista.





Andrew: Estamos aqui com o vocalista do Slipknot, Corey Taylor como você está?

Corey: E aí, cara? Como é que tá?

Andrew: Nada mal. Estou sabendo que alguns membros do Slipknot estiveram com os ossos quebrados, como estão as coisas na banda nesse aspecto?

Corey: Ahm, acho que capengando, é a melhor forma de se dizer. Sid já está andando, isso é bom. E Joey está caminhando, então... devemos já estar prontos pra mandar ver.

Andrew: Eu já sei o que houve com o Sid, mas o que aconteceu com Joey?

Corey: ...cara, eu não sei, falando sério. Tudo que eu ouvi foi que ele estava no backstage e pisou de mal jeito. E o fizemos tocar pelos 5 shows seguintes e então descobrimos que ele tinha quebrado algo por dentro, dizemos "aiiii, isso não é bom." Sorte que descobrimos bem no último show da turnê Mayhem. Infelizmente tivemos que cancelar grandes shows pela Europa, mas nós sabíamos que se forçássemos isso, e não o deixássemos descansar e se recuperar, estaríamos correndo o risco de perder os shows agendados para Outubro e Novembro. Então ficamos em estado de alerta e, fizemos o possível.

Andrew: Será que não agravou depois dos 5 shows, ainda mais sendo um baterista, e usando muito pedal-duplo, muito trabalho para o tornozelo, ele não reclamou da dor nesse período?

Corey: Ah, constantemente. (Risos) Depois dos shows ele estava quebrado, isso estava matando ele. E mesmo que seu pé estivesse do tamanho de uma bola de futebol... foi insano. Mas depois um especialista veio olhar e disse "Cara, isso tá quebrado. Tá bem feio." Daí todos nós nos acalmamos e decidimos tirar um tempo de descanso pra depois terminar o ano com chave de ouro.

Andrew: Vamos falar do novo álbum All Hope Is Gone, que não difere muito do álbum anterior, percebi que exploraram muito as melodias. Você acha que o seu envolvimento com o Stone Sour influenciou no novo material do Slipknot?

Corey: Não acho, sinceramente. Eu ainda acho que esse álbum é mais pesado do que o Vol.3.

Andrew: Aham

Corey: Uma coisa que tem sido dita é que o pessoal tá achando que esse álbum é mais leve do que qualquer coisa que já lançamos. Eu digo, "Você está louco? Você já ouviu o álbum?". É muito engraçado, sabe? Pra falar a verdade acho que é o álbum mais pesado que lançamos por um bom tempo. Sim, tem muita melodia nele, mas é balanceada com uma boa e pesada dose de atitude.

Andrew: Foi isso que eu quis dizer, a melodia está no vocal e musicalmente continua arrebatador.

Corey: Com certeza. A atitude continua lá. Eu sempre serei um cara que defenderá uma linha de melodia até a morte. Eu deixei bem claro que uma linha forte de melodia é muito mais pesada do que 10 mil gritos. Então acho que se você encontrar o equilibrio entre os dois, você está no ponto. Sério, cara, acho que este é o nosso álbum mais forte. Ele tem o caos, mas também tem o controle, sabe? As músicas são fortes, as performances são fortes. Já foram 4 meses e eu continuo ouvindo. Estou muito envolvido nesse álbum, vamos dizer assim.

Andrew: Como foi a volta do Slipknot para fazer o álbum, e como está a relação dos outros membros com a banda agora? Foi um processo diferente dessa vez pra fazer a montagem das músicas para o All Hope Is Gone?

Corey: Foi bom, foi muito bom, cara. Nós nos juntamos e percebemos muita coisa. Descobrimos muitas das razões pelas quais não nos uníamos antes, sabe? E isso foi porque nós tratávamos uns aos outros com a mesma energia que nos tratamos por anos, ao invés de olhar ao redor e perceber que todos nós havíamos mudado, todos nós tínhamos crescido de fato, e definitivamente tinhamos evoluído um pouco. Então uma vez que percebemos isso, uma vez que abraçamos isso, foi muito mais fácil se reconectar, sabe?

Pra mim esse álbum começou no meio da turnê do Stone Sour. Eu comecei a escrever letras e coisas que eu queria dizer provavelmente 8 meses ou um ano antes de qualquer tipo de música escrita. Quando estava na hora de montar as coisas, eu não tinha dúvidas sobre nada que eu queria dizer. E por sorte, pelo modo que eu escrevo, eu estava preparado pra adicionar coisas a isso e dizer "Nossa, eu estou mandando muito bem dessa vez". Então eu acho que são minhas letras mais fortes até hoje; acho que a performance é de longe a melhor. É o melhor álbum que eu já fiz na minha carreira. E eu acho que quanto mais as pessoas ouvirem mais elas entenderão, sabe?

Andrew: O que fizeram os outros membros? Algum outro membro colaborou bastante com idéias?

Corey: Todo mundo compõe. Todo mundo escreve e coloca idéias à mesa. Jim escreveu bastante. Joey e Paul se juntaram e fizeram a demo de umas 7 músicas. Jim e Joey se juntaram e compuseram algumas coisas, eu compus algumas coisas. Mick trouxe idéias, Craig também trouxe umas idéias dessa vez, então todos estavam lá pela música, sabe? E quando você tem essa quantidade de criatividade e acontece tanta coisa que você diz "Nossa! Que diabos é isso? Pra nós nunca foi um problema fazer a montagem das músicas, o problema é quando se diz "Nossa, o que vamos escolher pra colocar nesse álbum? Temos muitas boas idéias."

Andrew: Vamos falar de uma outra notícia que me deixou curioso, você foi especulado como vocalista do Anthrax. É uma coisa que tem chances de acontecer no futuro?

Corey: Eu conheço aqueles caras há muito tempo e isso é algo que viemos especulando e comentando, e quanto mais nos falávamos, mais sério ficava. E eu estava pronto, chegamos ao ponto que eles me enviavam as demos e eu começava a escrever, sabe? Tendo idéias pra arranjos e tudo mais, mas infelizmente a gravadora veio em cima e disse "Você não pode fazer isso, você já está em duas bandas, em mais quantas bandas você quer estar?" e eu dizia "Eu quero estar em todas, eu não ligo, cara. Vamos mandar ver".

A gravadora voltou atrás e disse que eu poderia fazer o álbum mas eu não poderia sair em turnê, e pra mim, se eu vou fazer alguma coisa, eu vou fazer direito, não vou fazer meia-boca. Se eu não podia me comprometer no momento, eu não queria ficar segurando esses caras por nem um segundo, sabe? Infelizmente foi algo que não foi possível, mas eu continuo amigo daqueles caras e falamos muito sobre tocar juntos mais e mais, então... não se surpreenda se acontecer algo entre eu e o Anthrax.

Andrew: Que músicas estão em jogo? Eu sou um grande fã há anos e...

Corey: Eu ainda nem tive a oportunidade de tocar com eles.

Andrew: Sério? Tudo bem, como eram as músicas que eles enviaram pra você?

Corey: Eram todas originais. Foi muito bom, Foi muito pesado. Tem um grupo muito bom e muito potencial ali. Eu estava muito empolgado. Mas agora eu estou tentando ajudá-los a bolar algumas músicas, porque eles estão com um novo vocalista, estão procurando seguir para o estúdio e eu estou os ajudando a compor algumas linhas de melodia e tal, então está muito legal.


*Butcher's Hook*


Andrew: A turnê está próxima e vocês estão tocando com o Machine Head. Estão pensando num setlist extenso?

Corey: Tem algumas coisas que provavelmente tocaremos. Vai ser muito bacana, cara. Estamos tentando nos envolver o máximo possível nisso. Na verdade é um bom problema pra se ter, temos muitas boas músicas e não sabemos se todas elas entrarão. No momento estamos tentando incluir coisas novas e montar um set totalmente novo e ver o que os fãs acharão disso.

Pra nós, nós nunca queremos fazer o mesmo set toda vez, então em cada turnê tentamos mudá-la um pouquinho. E é o que estamos fazendo agora. Trocamos algumas coisas que estavam no set do Mayhem Fest que fizemos e colocamos algumas surpresas no lugar, estamos adicionando algumas outras músicas que não tocamos por um tempo.

Andrew: Agora sobre a banda visualmente, teve uma mudança nas máscaras, você acha que isso foi uma evolução pro Slipknot também, e não permanecer no mesmo lugar?

Corey: Pra mim sempre foi. Eu sempre tentei mostrar minha evolução através não só da música, mas através da máscara, sabe? Ela muda a cada álbum. Dessa vez eu queria... foi tipo uma reação ao meu caso com o Stone Sour, digamos assim. Então eu disse "Ooi, tudo bem, vou vestir algo que te deixe completamente incomodado, e eu estarei bem com isso." E está funcionando, aparentemente. Ninguém consegue olhar para a máscara por muito tempo antes de dizer "Minha nossa, o que está acontecendo com essa porcaria?"

Andrew: E aí você tira ela e fica satisfeito...

Corey: Sim, é bem bacana.

Andrew: O que está acontecendo no Stone Sour, sei que o Slipknot está te tomando muito tempo, mas, vocês estão pensando num novo álbum pra 2009?

Corey: Atualmente estamos tentando juntar algumas coisas, vocês me conhecem, eu nunca paro de escrever músicas. Quando a hora chegar teremos um amontoado de material, ainda mais com o Roy conosco agora, estamos todos com boas idéias, é bem legal. Então... sim, quando a hora chegar, com certeza estaremos prontos.

Andrew: Maravilha. Você poderia dar uma última palavra para os fãs australianos antes de vocês mandarem ver com o Machine Head daqui a algumas semanas pela Austrália.

Corey: Claro. Queremos ir lá e destruir. Sempre foi e sempre será um dos meus lugares favoritos pra tocar, e já faz um tempo desde que tocamos lá pela última vez, então... se preparem para o inferno.

Andrew: E que música você quer ouvir do último álbum All Hope Is Gone?

Corey: Qualquer uma? Posso ouvir qualquer uma?

Andrew: Sim, a escolha é sua.

Corey: This Cold Black. Toca essa, eu amo essa música.

Andrew: Ok, vamos ouvir Slipknot na Triple-J, obrigado Corey.

Corey: Valeu, cara.


*This Cold Black*

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