29 de out. de 2008

Corey:"O Kiss se tornou a Disney do rock"


O Kiss é conhecido por ser a primeira de muitas bandas de rock a usar maquiagem ou máscaras tanto para se esconder quanto pra criar uma identidade. Nos anos 70, Kiss era considerado um perigo à sociedade. Agora, as roupas exageradas e canções sobre festas e garotas são apenas coisas fúteis.

A banda de metal Slipknot de Iowa segue um esquema parecido, mas sua música e aparência vêm de um lugar muito mais obscuro, representando um mundo mais perigoso. Com máscaras grotescas e trajes, os nove membros do Slipknot parecem personagens de filmes de terror. Suas letras prevêem o fim do mundo.

E a Austrália não se cansa disso: a banda vendeu meio milhão de álbuns aqui e o último álbum, All Hope Is Gone, ficou em primeiro lugar, fazendo deles a segunda banda de metal mais popular no país, atrás apenas do Metallica.

Numa entrevista com a The Age antes do show, o vocalista Corey Taylor, que está com a mão enfaixada e rompeu um tímpano num salto de pára-quedas na Nova Zelândia, descreve os shows como "uma absoluta guerra":

"Isso consome o corpo e o espírito por um tempo. Não são apenas 4 caras zoando com suas roupas casuais. Isso é uma produção, uma batalha e uma celebração. Existem tantos sentimentos envolvidos nisso, às vezes você pode se perder entre tantas coisas. Nós realmente confiamos uns nos outros. Se um de nós está num dia ruim, nós sabemos. Dizemos: 'Caras, eu preciso de vocês hoje a noite'. E eles nos têm."

Os shows da banda se assemelham à uma reunião pagã tradicional. Mas Corey insiste que a mensagem é muito positiva: "Eu sempre tentei eliminar as tristezas com uma grande dose de positividade. Com nossa imagem obscura, logicamente nos perdemos um pouco. Mas pra mim isso sempre significou mais mostrar às pessoas uma razão pra viver do que uma razão pra desistir."

Diferente da última vez que vieram em 2005, no Big Day Out, dessa vez eles trouxeram tudo para a Austrália: 11 toneladas de equipamentos, incluindo fogos e controladores hidráulicos. "Eu cresci ouvindo grandes produções de bandas, então pra nós era importante levar um grande show pelo mundo." diz ele.

O palco é estendido feito um terreno de entulho, e os percussionistas Clown e Chris espancam os tambores e latões fixados em plataformas hidráulicas que se erguem e giram. No clímax do show, o extraordinário baterista Joey Jordison, que começa o show com galhos nas mãos, fica com a vida em risco quando sua bateria é içada a 5 metros de altura e começa a girar antes de retornar ao solo.

Corey Taylor agita o público e berra pra que "vão à loucura" enquantos chamas explodem ao fundo. A entrevista se encerra com o seguinte depoimento de Taylor:

"Logicamente existe um gênero de rock teatral, mas pra nós isso é apenas um pedaço do enigma. O que sempre esteve em questão foi o conteúdo e o motivo de vestirmos o que fazemos. Tem muito mais arte do que impacto. Kiss e Alice Cooper realmente quebraram muitas barreiras, mas nós somos diferentes deles. Eu sempre senti como se fossemos tipo se o Pink Floyd tivesse começado uma banda de metal. Duvido que tão cedo você vai ver o Slipknot jogando confetes pelo palco - O Kiss se tornou a Disney do rock."

Nenhum comentário: