27 de out. de 2008

Ao vivo em Brisbane: cobertura









Os nove homens mascarados estavam atrás de uma cortina escura até a bateria de Joey Jordison começar a soar. Slipknot aparece no palco em meio a uma fumaça densa e roxa, Joey exibe suas luvas bizarras com forma de galho pra platéia. Eles tomam as posições e permanecem imóveis por um tempo. Corey Taylor ruge e Jim Root introduz o riff de Surfacing, uma faixa do álbum de 1999.

Uma explosão enorme pega todo mundo de surpresa e a fumaça serve apenas pra adicionar mais insanidade às primeiras músicas. Os jatos de fogo são frequentemente acionados ao ar atrás de Joey, perto da lona. A massacrante percussão de The Blister Exists toma lugar acompanhada do ritmo marchante da bateria. As primeiras de muitas baquetas são arremessadas ao moshpit; entra Get This. Mesmo que esteja longe de ser a música mais séria da banda, é levada com a mesma intensidade e convicção que todas as outras do set.

E tá aí um ponto que vale a pena lembrar: Os membros da banda estão seguindo a idéia de vestirem-se de acordo com suas habilidades. O guitarrista Mick Thomson e o baixista Paul Gray podem ser um pouco mais do que arbustos dançantes que têm sólidas contribuições musicais que alimentam a banda, suas presenças dão contraste à energia exibita por Corey, Clown e Chris. O mesmo pode ser dito ao sampler cabeça-de-espetos Craig Jones - que sempre foi um mistério - e ao DJ Sid Wilson, que revesa sua performance entre andar pelo palco com uma bengala e se agarrar à percussão de Clown. O show de Corey Taylor é admirável: sua forma física, roupa apertada e enorme potencial de voz, conduzem a banda por Disasterpiece e Before I Forget.

Mas a banda não ignora o material antigo, que os colocou nos olhos e nos ouvidos dos jovens rebeldes do mundo: na verdade, a maior parte do setlist é pro lado dos dois primeiros albums. Iowa de 2001 é representado por The Heretic Anthem e a abertura adicional da música People=Shit, enquanto as faixas do primeiro álbum dominam a set. A inclusão surpreendente de Prosthetics e Only One apenas provam um setlist realmente desejado pelos fãs, que se empolgam a cada palavra, riff ou batida da bateria. A performance de Joey é excepcional, principalmente considerando sua recente fratura no tornozelo que forçou a banda a cancelar as apresentações no Reading e Leeds Festival. Equanto Taylor é a voz e o ator principal, Jordison continua sendo o cérebro por trás de tudo: a maioria da produção de palco é feita pelo cara atrás da bateria.

Ironicamente para uma turnê que seria para divulgar o quarto álbum, "All Hope is Gone", o Slipknot inclui apenas duas músicas novas dentro de um set devastador de oitenta minutos: o segundo single Dead Memories e o riff de serra-elétrica do single anterior, Psychosocial. Taylor agradece a platéia por garantir o primeiro lugar no Aria Charts, um fato que marcou a popularidade da banda na Austrália além das turnês esgotadas. O rap rápido durante Spit it Out prepara o palco para a música principal do Subliminal Verses, Duality, cuja a letra é cantada e acompanhada por milhares de fãs.

As batidas de Crahan nos latões são divertidas, mas as hidráulicas de 360 graus presas na bateria do Jordison durante a última música (SIC) garantem que a apresentação de hoje automaticamente assume o status de lendária entre os fãs de rock de Brisbane. Enquanto Shawn Crahan fica balançando uma bandeira da Austrália dada por um fã, e depois de conquistarem o Riverstage e satisfazerem os fãs de Brisbane sem nenhuma sombra dúvida, a expectativa é que o Slipknot repita a super bem produzida produção de palco pelo resto do mundo.


Fonte: FasterLouder.com.au

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