25 de ago. de 2009

Entrevista na Revolver Magazine




Na edição de Abril, a Revolver Magazine entrevistou o Slipknot, a respeito da turnê com as bandas Trivium e Coheed and Cambria. Segue abaixo a tradução.

Essas três bandas trazem um sentimento de 'dane-se as normas, dane-se as porcarias.'

Nos Estados Unidos é surpreendente ver uma banda como o Coheed and Cambria sendo atribuída no gênero 'metal', mas na Europa acontecem festivais a todo momento onde conjuntos de metal, pop e hip-hop tocam juntos, e ninguém ousa reclamar.

Shawn: É, acho que comecei a querer muito ter esse tipo de turnê depois de participar daqueles festivais. Tocamos nos festivais Reading e Leeds, e eu fiquei no palco pra assistir o Queens of the Stone Age tocar, e o Rage Against the Machine se apresentou antes da gente, e então nós tocamos e em seguida o Placebo subiu. A Europa tem essa coisa, porque todos vão a estes festivais e todos saem com a mente repleta de todas essas coisas diferentes.

Devido ao ecletismo dessa turnê, você acha que os fãs metaleiros serão mais abertos a novos sons no futuro?

Corey: Espero que sim. Eu sempre disse que o metal tem o potencial de ser muito abrangente. Os fãs são muito apaixonados, e se eles olharem para as bandas que são apaixonados e abrirem suas mentes, eles poderão quebrar muitas, muitas barreiras musicais.

Bandas como o Slipknot e Lamb of God seriam consideradas inadmissíveis há 20 anos. Mas agora a extremidade se tornou quase uma norma.

Shawn: Acho que as bandas que parecem fazer a coisa certa estão fazendo o belo trabalho de abrir as portas, e não se importar com o que todos os críticos patéticos têm a dizer. É por isso que é um pré-requisito ser uma banda pesada, porque a realidade exige isso. Vivemos em tempos extremos. As pessoas são extremas. Coisas extremas estão acontecendo pelo mundo e existe uma boa arte, uma arte extrema que ajuda a todos.

Todos vocês têm estado em turnê com pouquíssimas pausas. Isso é essencial para o mercado da música atualmente?

Corey: Bem, é assim que costumava ser. Desde que estamos modernos, nossa mentalidade tem sido sempre "fazer o trabalho".
Nós começamos em 1999 não paramos de verdade por dez anos. Infelizmente, parece que muitas bandas têm vontade só de por os pés na porta e assinar com a gravadora, e pronto é só o que eles todos realmente têm que fazer. Eles acham que simplesmente merecem ser bem sucedidos.Eles não põem a mão na massa, então saem de lá e começam do zero e constroem uma base de apoio de fãs. E agora estamos vendo esse essas bandas meio que sumirem, e as bandas que tem feito o seu trabalho se fixando por muito mais tempo. E eu acho que as pessoas estão começando a perceber isso e estão voltando a fazer o seu trabalho com ética.

Vocês estão curtindo a turnê?

Shawn: Eu não aguento isso. Me sinto tão entediado, tenho vontade de bater com a cabeça.Mas eu tenho que concordar que isso parece ser tudo que eu sei como fazer. E provavelmente eu continuarei fazendo isso até o fim, até que eu esteja morto. Mas direi isso, eu estou aqui para me apresentar, não para fazer gravações, não para dar drogas de entrevistas ou gravar vídeos. Eu estou nisso para me apresentar ao vivo, para ser capaz de me livrar da dor. E depois de 10 anos fazendo isso eu tenho me curado. Todos nós sabemos como é duro estar em turnê e isso pode te derrubar, mas eu preciso disso. Quando estou no palco e as luzes se apagam e eu vejo minha irmandade e ouço aquelas notas e sinto aquela dor, eu sei que nasci para fazer isso. Eu só não queria ter que estar fora por tantas semanas por conta disso.

Corey: Quando estamos em turnê, os primeiros seis meses são ouro pra mim, depois disso as coisas mudam. Viajar pelos Estados Unidos é um pouco mais fácil porque você não se sente tão distante de casa. Quando você vai para lugares como Austrália ou Japão - qualquer lugar que há um dia inteiro de distância entre você e sua família - é aí que começa o aperto. E você sendo um pai faz disso ainda mais duro. Eu tenho viajado em turnê a vida inteira do meu filho, então ele sabe que quando eu tenho que trabalhar, eu vou ficar longe por algum tempo.

Então Shawn, como você se sente por estar arrasando na estrada novamente nessa turnê?

Shawn: Tudo que eu posso dizer é que o Knot acabou se tornando essa coisa, esse experimento de tolerância, e isso continua seguindo e seguindo e ficando mais difícil, e todo mundo quer acabar com isso, mas todos permanecem. E isso é louco e frustrante e definitivamente isso tem ficado mais violento e mais insano. Mas é estranho, porque nunca tinha me divertido tanto quanto estou agora. E mais, se eu quiser uma casa, posso comprar uma em um Greyhound e isso só me custará 69 Dólares, e não terei que atravessar o oceano por 11 horas. Saber que posso financionar por 69 Dólares a qualquer momento me faz sentir bem, então eu mal posso esperar para estar numa.

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