18 de nov. de 2008

Entrevista com Shawn sobre o Dirty Little Rabbits


Não existe descanso para as nove máquinas assassinas do Slipknot. A banda recentemente ficou em primeiro lugar com o álbum "All Hope is Gone", foram a atração principal do "Rockstar Energy Mayhem Tour", lançaram um vídeo psicológico para "Dead Memories" e ainda voltam para os Estados Unidos para lançar uma turnê no começo de 2009.

No momento o vocalista Corey Taylor e o Guitarrista James Root nem estão considerando voltar com o projeto de sucesso, Stone Sour, porque estão ocupados demais com o Slipknot. Mas para o percussionista e artista Shawn Crahan (mais conhecido como Clown), só o Slipknot não é suficiente. Ele está realmente adorando tudo que eles estão passando e não tem planos de abandonar os nove, mas ao mesmo tempo ele tem outras coisas, e uma delas é sua nova banda “Dirty Little Rabbits”, que lançou em 2007 o EP “Breeding” com três músicas e acabaram de assinar com a “The End Records” para lançar o novo material. Um dia antes de o Slipknot embarcar para o Japão, o Headbangers Blog falou ao telefone com Crahan sobre seu novo projeto.


Fale-nos sobre o “Dirty Little Rabbits”
Shawn: O “Dirty Little Rabbits” é o meu novo Slipknot. Eu toco bateria, escrevo músicas e essa é a banda que eu tenho esperado pra ter minha vida toda. É mais uma banda alternativa do que uma banda de metal é tudo que eu sempre tive envolvido. É um processo duro, é uma experiência. E essa vai ser a banda que eu vou ter até o final da vida. A maioria das pessoas não sabem que eu sou mais ou menos alternativo na música e na arte. Eu não cresci obcecado por metal, mas é essa a grande parte da beleza por trás do Slipknot. Você tem os caras que são completamente dedicados ao metal, e tem os que nunca escutam, como eu. Você se junta e faz essa coisa chamada Slipknot que acaba sendo uma banda de metal e isso é maravilhoso porque eu sempre acreditei que iria me juntar aos meus amigos, e eles estavam escrevendo música que eu nunca senti ou ouvi, e essa é a razão de ter entrado nisso. E eu trouxe a arte pra música e conforme o tempo passou, eu desenvolvi minhas habilidades musicais e boom. Aqui estou eu com o “Dirty Little Rabbits” e é finalmente tudo que eu queria em uma banda.



Como o “Dirty Little Rabbits” se formou?
Shawn: Basicamente eu estava me sentindo mal porque eu queria tocar bateria e o Sid (#0) veio me pedir pra tocar com ele umas músicas que ia mandar para o Ross Robinson. Então eu fui e toquei uma faixa com ele, foi de uma vez e eu realmente me soltei. Isso fez eu me sentir muito bem comigo mesmo e com a música e eu liberei todas as emoções. Então depois o Sid me ligou e disse “Ei, eu estou com esse cara, você devia vir aqui.” E eu disse “Não cara, grava aí o teu álbum”, e ele respondeu “Não, você precisa vir até aqui.”
Então eu fui lá, e me falaram que o cara era baterista, eu pensei “Bom, talvez eu toque o vibra fone que ele trouxe.” E ele disse: “Ei cara, quer tocar a bateria?” Ele queria tocar o órgão, então ele sentou e começou a tocar e eu acompanhei na bateria, e nós fomos para um sistema solar que eu nunca estive com ninguém, tinha muita gente tocando mas eu não ouvia nenhum deles. Eu só ouvia esse cara. Liguei pra ele as 8:30 da manhã seguinte e o resto é história. E o nome dele é Michael Pfaff.


O que tem de tão mágico nessa química com o Pfaff?
Shawn: É o jeito que ele molda as idéias dele com as minhas. E quando ele fazia aquilo atrás das minhas batidas eu pensei “É isso!” E quando a gente se encontrou ele foi a primeira pessoa que tocou comigo e não falou “O que você está fazendo?” Ele só disse “Você está fazendo isso, então eu vou fazer isso”. E pronto. Nossa música é isso. Cada um tem seu próprio nível, tipo… eu não me esforço com o que eu escrevo para os Rabbits, porque sou eu. Vem de dentro de mim. Eu dou uma olhada depois que a gente toca, mas não preciso de frescuras. Não sou eu como baterista, eu gosto de maneirar. E às vezes eu entro em coisas estranhas onde eu quero as músicas e a maioria das pessoas brigam. O Michael não.


Sua vocalista, Stella Katsoudas, trabalhou com o “Sister Soleil” e tem uma presença de palco muito dramática. Porque você achou que ela seria a pessoa certa para a banda?
Shawn: Ela é uma velha amiga minha e meu sonho de vocalista. Eu sempre quis estar numa banda com vocal feminino porque eu quero representar o mundo todo, homens e mulheres. E ela é a melhor, é como se fosse a irmã, então ela se esforça tanto quanto eu.


Vocês assinaram com a “The End” recentemente.
Shawn: Sim, cara. Eu esperei minha vida toda para conhecer uma gravadora como a “The End”, e me parece que, artisticamente, as pessoas envolvidas nisso tem uma mentalidade parecida com a minha, por isso conseguimos fazer isso com facilidade, foi tudo desenvolvido em torno da arte. Não é sobre a indústria musical. Quando nós começamos, ninguém tinha expectativas ou preocupações com o que as pessoas fariam ou se iriam entender. Nunca teve uma vontade de ser parte dessa indústria. E depois de dois anos, aqui estou eu.


Onde você arrumou tempo para gravar com o Rabbits?
Shawn: Eu cheguei em casa depois da Mayhem Tour com o Slipknot e fui direto fazer o álbum. Vamos tentar lançar o EP em janeiro e o álbum completo em abril. Gravamos no Sound Farm Studio, mesmo lugar onde gravamos o “All Hope is Gone”. Nós já tínhamos feito um EP lá antes do Slipknot, o dono é um grande amigo meu.


Como as músicas que você fez com o Rabbits vão se destacar?
Shawn: Vai ser um fenômeno porque eu estou fazendo tudo do jeito antigo. Estou cansado de todas as bandas novas que só entram para conseguir um contrato. Fizemos todo o álbum em fita. Tudo que podíamos gravar assim nós fizemos. E é maravilhoso. Vamos usar técnicas antigas para trazer o Rock 'n' Roll de volta, não apenas no som, mas vamos tocar ao vivo e isso é o que faz as pessoas fãs dos Rabbits. É tudo que eu sempre quis fazer de música. Então, é muito enérgico e eu estou muito empolgado.


Como assim?
Shawn: Eu lembro de ligar pro Rick Rubin uma vez e reclamar que não conseguia fazer isso. Ele riu de certa maneira e me deu o melhor conselho da minha carreira. Não posso dizer o que, mas meses depois –bum! Eu segui o conselho dele e de outras pessoas que eu amo e aqui estou eu com o Dirty Little Rabbits.
Nós trabalhamos muito duro durante dois anos e finalmente conseguimos. Temos música de verdade que ensaiamos e tocamos. Fizemos uma turnê com o Stone Sour e ficamos bem famosos em Omaha (Nebraska). A música “Hello” ficou em primeiro lugar como a mais pedida.


Antes do “Dirty Little Rabbits, você tinha uma outra banda, “To My surprise”. O que aconteceu com ela?
Shawn: Brandon (Guitarrista e vocalista do TMS) e eu sempre soubemos desde que pisamos no estúdio que nunca deveríamos estar na mesma banda. Eu diria que o Brandon estava numa fase de começo de carreira, e ao contrário dele, eu estava cheio de coisas. Eu estava saindo do ciclo de Iowa e entrando no Vol. 3: The Subliminal Verses”, e ele exigiu que eu resolvesse isso e, infelizmente, eu não pude. Tinha que fazer as coisas com o Slipknot pela minha família, eu quis fazer isso. É a minha vida, ele não quis esperar, e eu achei isso ótimo. Ele tomou a decisão certa, fazer uma banda que iria entrar em turnê é difícil. Desde então nos falamos e provavelmente vamos fazer música só por fazer, mas sem essa coisa de banda. É muito difícil pra gente. Não foi realista tentar nos esforçar ao máximo para conseguir fazer algo para a turnê no período de tempo que tínhamos, o Slipknot tornou isso impossível. Foi um dos mus álbuns preferidos e uma grande conquista. Gravamos com Rick Rubin antes do Volume 3, e é um ótimo álbum. É a minha vida, todo aquele sentimento saindo de dentro da época do Iowa. Toda a dor e toda aquela esperança, tristeza e bum! Direto no “To My Surprise” Então aquilo ficou ali e foi bom que não saímos em turnê, precisaria representar o que eu fiz. Mas isso é passado.
Agora, é tudo com os Rabbits.

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