26 de set. de 2008

O Slipknot comenta sobre o 9.0 live

SLIPKNOT: O MELHOR DO RESTO
Lendo a história insana dos álbuns do escritor Jon Wiederhorn nessa edição da Revolver, você deve ter notado que um álbum ficou faltando: O álbum ao vivo de 2005, o 9.0 Live. Bom, agora não falta mais...
9.0 Live (Roadrunner, 2005)
Para uma banda como o Slipknot, que sempre prosperou mais no palco do que no estúdio, fazer um álbum ao vivo não era nenhuma necessidade. A oportunidade veio durante a turnê do Vol. 3: The Subliminal Verses, entre 2004 e 2005. O Slipknot percebeu que, quando gravaram o DVD ao vivo em 2002, o Disasterpieces, como eles se apresentaram bem, sabendo que aquilo estava sendo gravado para a posteridade, e eles tiveram a mesma intensidade e precisão no 9.0. Feito com os shows de Tóquio, Osaka, Singapura, Las Vegas, Phoenix, Dallas e Nova Iorque, o cd duplo tem músicas dos três álbuns da banda, incluindo músicas raramente tocadas, e b-sides, como "Get This" e "Purity", que foi retirada do Slipknot por motivos de copyright, assim como "Skin Ticket" do álbum Iowa, que foi tocada pela primeira vez. Alcançando o Top 20 da Billboard, no caminho pra se tornar disco de ouro, o 9.0 foi além de criativo, um sucesso comercial - o que não significa que não foi amaldiçoado com aquela tensão entre a banda, que parece perseguir o Slipknot em tudo que eles fazem.JAMES ROOT:
Eu não sou um grande fã de álbuns ao vivo. Tiveram alguns bons no passado. Eu estava um pouco nervoso sobre isso porque quando estamos no palco, eu não penso muito em tocar guitarra. E quando você lança um álbum ao vivo, você está embaixo de um microscópio. Você ouve cada pequena falha. Se você erra uma nota ou a batida, ou tem um erro aqui ou ali, pronto. Fica pra sempre. Nosso engenheiro de som gravou mais de 100 shows, e ele voltou pra Iowa pra fazer algumas edições, e quando ele acabou de editar todas essas músicas, o que foi um trabalho muito pesado, ele trouxe uma caixa de cd's pra minha casa, e todos estavam catalogando. Então, depois de ouvir tudo aquilo de novo, só faltava a banda decidir, quais eram os shows bons.
PAUL GRAY:
O cd ao vivo foi demais. Acho que nós lançamos um dos melhores álbuns ao vivo de todos os tempos. Live After Death (do Iron Maiden) é ótimo. Mas eu diria Live After Death e aí o 9.0. Enquanto a gente gravava, nós tínhamos uma DAT. Nós íamos fazer um show, mas achamos que as pessoas de Detroit iriam ficar felizes se tivesse uma música de lá no álbum, a mesma coisa com as pessoas de L.A. Foi um saco juntar tudo isso, porque tínhamos que ouvir a mesma música 50 vezes em cidades diferentes. Você diria "Eu gostei muito de como ficou em Detroit, Chicago e Houston" e o outro vinha e falava "Vai a merda, aquele foi o pior show!" Então teve bastante coisa pra entender. E aquilo vendeu muito para um álbum ao vivo, e não tenho dúvidas. Todas essas bandas fazem um álbum ao vivo, e é só uma gravação ao vivo com umas guitarras extras e uns back vocals. Mas quando você pega o nosso álbum, somos nós ali de verdade.
COREY TAYLOR:
Eu acho que o cd ao vivo é bom. É difícil pra eu ouvir pelo jeito que minha máscara faz minha voz sair. Minha máscara velha era bem densa e não era muito legal pra cantar, porque ela saia do lugar um pouco e eu tinha que colocar o microfone dentro da merda da máscara para cantar. Pra mim, sempre parecia que eu estava em um túnel. Deixou mais agudo e não tinha aquela sensação natural, boa. É por essa razão que a máscara nova é bem grudada no rosto. Então parece que eu estou cantando. Mas eu lembro os shows que nós fazíamos, e eu apóio esse cd. Acho que é um dos melhores no mercado.
SHAWN CRAHAN:
Eu ainda não ouvi o álbum. Foi feito nas minhas Pro-Tools. Eu fiz toda a arte. Nós fizemos cada show e eu vivi isso. Eu ouvia aquelas coisas toda noite. Acho que eu ouvi umas duas músicas depois que o cd saiu. Mas são todas as músicas que nós tocamos e todas as emoções. "Skin Ticket" está lá. Grande, grande, grande sucesso, "Skin Ticket", então eu estou feliz com isso. Amei a cor de tudo. Nós tivemos uma grande surpresa porque tem a mão de um Maggot alcançando o alto da capa, e você consegue ver o movimento maravilhoso da música. O garoto precisa chegar no topo, e se você olhar bem direito, você vai ver a mão do Sid e ele está tentando fazer essa conexão. Foi essa a metáfora por trás do álbum. Banda conhecendo o fã. E teve uma guerra sobre isso, as pessoas pensaram que eu tirei a merda da foto e foi por isso que eu queria usar sabe? Como se eu tivesse um plano secreto ou coisa do tipo. Eu falo "Ahhh, eu estou no palco." Mas isso é muito legal porque eles sabem "Não esconda nada do Clown", ele pode estar andando por aí com uma câmera. Eu gostei de verdade, daquela arte e fiz todo mundo virar de cabeça pra baixo cara. E a arte de dentro em preto e branco, é de um cara chamado Eddie Sung de Singapura, ele apontou o dedo na minha cara e foi grosso. Eu nem o conhecia e estava fazendo essa entrevista, aí ele veio na minha frente com a câmera na minha cara e eu representei cara. Se você olhar a foto do Clown, você vai ver isso. Depois ele ficou falando e falando e eu disse "O que foi cara, porque você ta no meu pé" e ele disse "Você sabe qual a minha inspiração de vida é para a minha fotografia?" Eu disse "O que?" e ele disse, "Rick Rubin. Você quer ver sua foto agora?" eu disse "Me dá." ele me mostrou e eu disse "Isso vai estar no cd ao vivo." nós viramos amigos. Ele disse "Você realmente se comprometeu com isso." e eu respondi "cara, você mal sabe. Eu te dei o meu ódio mais profundo sobre o que eu odeio no que eu faço. Você entendeu"

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